Plenarárias deram o tom da Conferência Anprotec
Israel, referência em inovação
Durante a Conferência Anprotec, o vice-presidente de Relações Externas e Desenvolvimento do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), Boaz Golany foi o palestrante da plenária que inspirou o tema da conferência, discutindo a renovação urbana, econômica e social pela ótica e motivação do empreendedorismo.
Golany atuou na transformação das cidades de Haifa, em Israel, onde fica o campus principal do Technion; em Nova York, participou da implantação do Jacobs Technion-Cornell Institute e na cidade de Guangdong, na China, onde foi estabelecido um novo campus do Technion.
Em Israel 25% dos alunos formandos participam de startups e 18 novas empresas nascem todos os anos. Em Nova York, houve um concurso para construir uma universidade de Tecnologia e Israel venceu a concorrência, sendo que até a Stanford University participou do processo. O foco foi pensar numa universidade construída para o futuro e preparada para atender a indústria 4.0, com a conexão fundamental da universidade com startups, pequenas, médias e grandes empresas como America Airlines e Google.
Na China, numa província ao norte de Hong Kong, com 110 milhões de pessoas, foi construída, em tempo recorde, uma filial da Technion, a Guangdon Technion Institute de Technology, que é privada, atende, sobretudo, os estudantes chineses e possui um corpo docente internacional. “Não estamos focados em pesquisa somente. Ao lado da instituição tem um parque tecnológico dez vezes maior. Convidamos corporações multinacionais e oferecemos incentivos para se instalarem, além de estabelecer parceiras com universidades, governos e empresas”, afirmou Golany.
O debatedor do painel, o diretor da IASP, Luiz Sanz enfatizou a importância de estabelecer uma dimensão ética e filosófica dessas instituições, ao estabelecer o trabalho e as responsabilidades claras dos envolvidos. “É preciso definir o que somos, o que queremos e o nosso papel neste contexto”, expressou.
Evolução dos parques, distritos de inovação e cidades inteligentes
A segunda plenária tratou sobre a evolução dos parques tecnológicos, distritos de inovação e cidades inteligentes e como estes ambientes de inovação transbordam o espaço físico para influenciar as novas formas de viver e trabalhar com mais qualidade de vida.
O presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Áreas de Inovação (Iasp), Josep Piqué, da Espanha, apresentou cases internacionais para inspirar novas oportunidades para o Brasil. O Deputado Otávio Leite, debatedor do painel, apresentou as suas contribuições para as legislações de parques, empresas junior e investidor anjo, com o intuito de ajustar as leis para dar conta das novas demandas.
Segundo Piqué, é preciso compreender os papéis dos agentes envolvidos, pois estamos conectados com os ecossistemas globais. “É um trabalho de complexidade, que compreende o uso de tecnologia a nível global para trazer soluções locais. É fazer conexão com outros ambientes e buscar solução em outros lugares do mundo. É perceber as rotas de interconexão, administrar talentos globais e gerar novos, porque o problema de retenção é latente. Se os jovens não percebem oportunidades no entorno, eles vão embora. A internacionalização começa na dimensão local, apostando no empreendedorismo desde os primeiros anos da escola”.
Sessões técnicas paralelas
Ainda na terça, 24, foram apresentados os artigos aprovados na chamada de trabalhos, relacionados aos temas tratados na Conferência como Ambientes de inovação e a transformação das cidades, Investimento em empresas e ambientes de inovação, marcos legais e a promoção da inovação e fórum de boas práticas. Paralelamente aconteceu o Encontro Nacional dos Ambientes de Aceleração, reunindo representantes e convidados de aceleradoras, que tratou sobre o futuro dos ambientes de aceleração, melhores práticas em métricas e indicadores de impacto.